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Blogueiros são convidados à conhecer os projetos de sustentabilidade de @PepsicoSAF

No início de dezembro (nossa, como demorei a fazer este post), participei com outros blogueiros à uma visita a fábrica de salgadinhos da  PepsicoSAF em Itú à convite da @Samegui @GnsBrasil e @DriSouto.  Adorei reencontrar amigos, e conhecer pessoalmente outros que seguia pelo twitter, estavam lá @cybelemeyer (@educaja), @evandrocesar, @sustentabilizar, @maitelemos, @aquinacozinha, @blogdati, @marciaceschini, @cozinhapequena, @fabioallves, @mabegalli, @mundodastribos, @lidifaria, @tuliomalaspina, @vanerodrigues, @virts  e eu claro. Representando a @pepsicobrasil, fomos recebidos pela engenheira Andreza Araujo, responsável pelas politicas de sustentabilidade da PepsicoSAF – Pepsico América do Sul.

Mais fotos no Flickr

Blogueiros em visita à Fabrica da Pepsico (Foto de @FabioAllves)

A oportunidade de conhecer de perto o chão de fábrica e o processo produtivo de um produto que consumo (leia-se Ruffles), foi muito divertido, parecíamos crianças fazendo novas descobertas. Mas deixando o lado lúdico de lado, vamos ao que interessa, afinal a visita foi para conhecermos as iniciativas de sustentabilidade da Pepsico.

Sei que é sempre mais fácil olhar com bons olhos, iniciativas de empresas ligadas a produtos que não impactam a saúde do consumidor, como disse o @TulioMalaspina em seu post trata-se de uma “mega corporação que vende produtos industrializados com baixo valor nutritivo“. Mas sabe o que achei muito legal, é ver que eles não querem mascarar o core do seu negócio, e claro que como toda empresa querem gerar lucro, este é o motivo de sua existência, mas eles estão sim preocupados em fazê-lo da melhor forma possível, procurando reduzir o impacto de suas atividades, seja ao ambiente em que estão inseridos, a qualidade de vida de seus colaboradores e sim, aos consumidores de seus produtos pouco nutritivos e muito calóricos, rs.

Ainda no chão da fábrica, o gerente de produção (que eu esqueci o nome, mas vou procurar saber e atualizo aqui), nos falou das ações de modernização da fábrica que possibilitam o reaproveitamento da água usada na produção. Inicialmente fiquei surpresa com a presença mínima de pessoas na area em que os salgadinhos são fritos e assados, confesso que pensei “quantos empregos foram tirados” com a modernização, mas depois de alguns minutos a mais neste setor, pude verificar o quanto o local é quente e insalúbre, e passou a fazer todo o sentido para mim, questionamos o gerente sobre o calor intenso, e fomos informados que assim como já está funcionando no setor de embalagem (aonde pudemos ver que tem muita gente trabalhando por lá), estão iniciando a construção do sistema de resfriamento do setor, que bom né.

O gerente foi questionado que tipo de óleo é utilizado na fritura do salgadinho, e nos explicou que há uma linha que utiliza o óleo de girassol que é mais saudável, mas que a maior parte dos produtos utilizam óleo de palma (que a contrário do óleo de soja, não altera o sabor), e que é adquirido somente de produtores certificados, a produção desta cultura tem diversas denúncias de trabalho infantil (veja aqui denúncia recente contra a Cargill),  ressaltou também que o projeto é aos poucos fazer a transição para o óleo de girassol.

Conhecemos melhor outras iniciativas da Pepsico ligadas a visão global da companhia, que eles chamam de Performance com Propósito, que se traduz pelo compromisso de atingir o desenvolvimento sustentável ao mesmo tempo em que deixa um impacto positivo na sociedade. Uma das iniciativa que eu já conhecia e inclusive postei aqui no site é a Gincana Vida Sustentável, que incentivava os colaboradores a partilhar suas ações de sustentabilidade, e quem sabe assim inspirar outras pessoas.

A Andreza nos falou do projeto que incentiva os fornecedores a adotarem práticas sustentáveis, depois descobri que o Programa Agro que tem por objetivo incentivar todos os elos da cadeia produtiva a utilizarem tecnologias limpas em suas atividades, foi um dos selecionados no Ranking Benchmarking 2010 – 3º FIBoPS, assim como a iniciativa Calculadora de Impacto Ambiental que tem três vertentes, a primeira disponível no linkEcofootprint Pepsico é parecido com a já consagrada iniciativa Pegada Ecológica desenvolvida pela WWF, já a Pepsico Watersaf busca incentivar a reflexão sobre o consumo de água, e há também uma terceira calculadora, de missões de carbono, mas essa é exclusiva para os colaboradores.

Por falar em emissões, a fábrica de Itu neutraliza as suas emissões em parceria com a Iniciativa Verde, outra iniciativa bacana é a de logística reversa em parceria com a  TerraCycle, de quem eu já falei em um post sobre o Fórum SWU.

Mas no final das contas o que achei mais bacana, foi a iniciativa de reunir blogueiros sem a pretensão de simplesmente fazer propaganda, de se mostrarem abertos ao dialógo, por sinal descobri meio que por acaso, que a Pepisco fez uma correção na embalagem do Toddynho após um erro (ou comunicação duvidosa) identificado por um blog, tudo bem que inicialmente foi postado por um blog do portal Exame, mas está valendo.

Por sinal esta blogueira aqui, gostaria de dizer que a idéia das Calculadoras Ambientais que citei acima são realmente muito legais, mas tinha mesmo que ser em flash? (engraçado como sempre fui cismada com flash, mesmo quando se tornou febre em 2002), o site demorou um pouco para carregar, e flash é sempre um problema para acessibilidade, #FicaDica.

Claro que as iniciativas que citei, e as várias citadas pelos meus colegas (confiram os links na listagem dos @s presentes, estou atualizando), ainda não são os “melhores dos mundos”, mas já é um passo, e acredito que iniciativas sustentáveis devem ser valorizadas e incentivadas, inclusive socializá-las é o objetivo deste blog.

Encerro com mais uma reflexão do @TulioMalaspina, que pelo jeito estava inspirado quando escreveu o post dele sobre a nossa visita a Pepsico:

A sustentabilidade não é um ponto de de chegada, é uma forma de caminhar, e todos estamos tentando caminhar da melhor forma possível, cada qual com suas demandas, uns fumam mas são vegetarianos, outros comem carne mas só andam de bike. Assim como na nossa vida, as empresas também têm essas dificuldades (by @TulioMalaspina)

No meu flickr, algumas fotos da nossa visita.

Regulação amplia práticas voltadas para a responsabilidade social

Notícia divulgada no jornal Valor Econômico em 29 de julho de 2009 pela jornalista Célia Rosemblum

A  responsabilidade social é uma tendência em alta nas empresas. Pelo menos 50% delas adotam no mínimo 22 de 56 práticas consideradas significativas para caracterizar o comprometimento com o desenvolvimento sustentável, que supõe equilíbrio entre aspectos econômicos, ambientais e sociais. Grande parte das iniciativas em curso está em áreas de impacto direto para a sobrevivência dos negócios ou relaciona-se a regulamentações. São ações nos campos da proteção das relações de consumo e nas relações de trabalho realizadas por 60% das companhias.

Esse diagnóstico emerge de uma pesquisa realizada em 2008 pelos institutos Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e Akatu pelo Consumo Consciente que será divulgada hoje em São Paulo. Executado pelo IBOPE, o levantamento tem como base uma amostra principal de 721 entrevistas com empresas dos setores industrial, de comércio e de serviços e foi complementado por estudos paralelos de segmentos como finanças, energia elétrica e farmacêutica.

A comparação com um estudo similar feito pelo Akatu em 2004 mostra que o número de práticas em vigor nas empresas brasileiras, cuja média ficava em 11, dobrou em quatro anos.

 

Leia o artigo na integra: link (via @VarejoVerde)

O que a teoria fala da Responsabilidade Social

John Elkington no livro Canibais de Garfo e Faca, cita que “o desafio atual é desenvolver uma economia global sustentável, que possa ser sustentada pelo planeta indefinidamente.” Neste contexto, é crescente o interesse pela sustentabilidade empresarial, mas as opiniões são controversas sobre o assunto.

Na abordagem clássica de responsabilidade social, apoiada por economistas como Milton Friedman (vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 1976),  “a única responsabilidade social da empresa é gerar emprego para a sociedade e lucro para os acionistas.”

Na 3º Conferencia Internacional sobre RSE ocorrida no Chile em 2005, o professor de Harvard James Austin citando Friedman, defendeu que  “O négócio dos negócios é criar valor social além de econômico. Porque o valor econômico nem sempre cria valor social, mas o valor social sempre cria valor econômico, numa espiral virtuosa.”

Economistas como Paul Samuelson (Nobel de Economia em 1970) apoia um  ponto de vista socioeconômico da responsabilidade social, em que é necessário contribuirmos para o desenvolvimento do meio em que estamo inserido, pois é deste que retiramos insumos como matéria prima e mão de obra.

Contudo, o conceito mais aceito atualmente, é o cunhado por Elkington em 2002, conhecido como os três pilares da sustentabilidade, ou pelo termo em inglês triple bottom line (TBL), que defende o equilibrio entre o desenvolvimento econômico, social e ambiental.